Internet das Coisas: o que é e como ela ajuda o empreendedor
A Internet das Coisas, ou em inglês, Internet of Things (IoT), tem se tornado uma grande tendência tecnológica mundial. Sua usabilidade está relacionada a inserção de inteligência e sensores a objetos presentes no nosso cotidiano permitindo que que comuniquem entre si e interajam com seres humanos. Ficou confuso? Vamos explicar.
Imagine uma geladeira que avisa quando algum produto está chegando ao fim; ou então uma chave que toca uma alarme para que possa ser facilmente achada pelo seu dono. Pronto. A Internet das Coisas é, entre outros conceitos, a possibilidade de conectar você a produtos e aparelhos.
Como empreender com IoT?
Por ser uma tecnologia nova, com muito potencial de crescimento e extremamente propício para a inovação o IoT pode ter um impacto positivo para os empreendedores. Prova disso é a implementação do IoT nos segmentos mais diversos mercados.
Confira três orientações de como explorar o mercado IoT
1. Entenda onde o seu produto gera valor
Desenvolver um produto sem ter uma visão clara da a sua geração de valor é um grande erro. Quando falamos de IoT, podemos ter produtos que atendem a necessidade de pessoas físicas (dispositivos que monitoram casas e carros por exemplo) ou que atendem soluções profissionais. Independente de onde você posicionará o seu negócio, tenha claro onde o seu produto gera valor. No final de tudo, por melhor e mais revolucionário que seja o produto, ele tem que gerar valor para o seu usuário final.
2. Tempo de análise e disponibilização para venda
Para o sucesso é preciso ter o produto certa na hora certa. Com a rápida evolução da tecnologia as empresas precisam entregar soluções em tempo hábil.
3. Não basta ter um ótimo produto
O seu produto poder ser excelente, mas de nada adianta se ele não conseguir chegar ao seu cliente. É preciso que o empresário tenha uma boa estrutura de canais coerente para o mercado que queira atender. O produto precisa ser ofertado no lugar certo, no preço certo, na hora que o cliente está inclinado a consumir.
Por que investir na Internet das Coisas?
Um estudo feito pela Gartner mostrou que até 2020, 20 bilhões de dispositivos, ou seja, cerca de 2,5 dispositivos por pessoa (considerando uma população mundial estimada de 7,8 bilhões) estarão em uso. Sem dúvidas, esse já seria um ótimo motivo para começar a investir em IoT agora mesmo. No entanto, separamos alguns outros para que você possa avalia-los:
- Poucas pessoas investem
A IBM divulgou, no fim de 2015, uma pesquisa feita com 1,9 mil empresas de 70 países. Deste total, 75% dos entrevistados disseram não ter soluções em IoT totalmente desenvolvidas. Com isso, percebemos que há um leque de oportunidades a ser explorado e é nele que você pode se encaixar. - Redução de custos
O investimento em um sistema que faz todo o monitoramento e a manutenção de um serviço de forma inteligente reduz custos. Um exemplo disto é a geladeira que que faz a lista de compras com coisas que realmente estão faltando. No fim, o usuário só compra aquilo que falta e evita o consumo desnecessário. Já para as instituições, o investimento em tecnologia torna possível resolver tudo por meio da Central de Operações. O que evita o envio de um técnico ao local, e consequentemente, custos com deslocamentos, horas extras e novas contratações. - Produtividade
As ferramentas utilizadas no conceito de IoT podem automatizar processos que antes eram feitos manualmente. Como um exemplo, temos o setor atacadista. Imagine um galpão com mais de 1 milhão de produtos. O gestor suspeita de fraudes internas e solicita a contagem dos objetos. Em outros tempos essa contagem só poderia ser realizada manualmente. Já com a ajuda da IoT podem ser utilizadas ferramentas que poderão auxiliar nesse processo.
Exemplos de como a internet das coisas já é usada
Irrigando o campo à distancia
O instituto Cesar, do Recife, apresentou na Futurecom um monitor de irrigação como um dos principais exemplos de aplicação de internet das coisas na agricultura. Entenda como funciona:
Desenvolvido para monitorar a irrigação em grandes plantações, o dispositivo opera por meio de tecnologias sem fio, como redes 3G/4G e rádio, e envia informações sobre a irrigação para um centro de dados e, depois, para um painel de controle acessível via internet. Além disso, é possível acionar o equipamento à distância.
Segundo os pesquisadores, os sistemas tradicionais de irrigação não oferecem todo o potencial de produtividade, pois é difícil monitorar a quantidade de água usada e detectar falhas é complexo e caro. Com o uso do novo sistema, a expectativa é de multiplicar a produtividade do agronegócio em quatro vezes.
Marketing de produto x pesquisa de mercado
Usar a Internet das Coisas nesse sentido é fazer a sua aplicabilidade na coleta de dados em tempo real. Esse processo pode ser mais rápido e mais preciso se comparado às pesquisas de mercado feitas com o consumidor.
Prevenção
A Internet das Coisas pode ser usada também na prevenção dentro da empresa. Achou estranho? A IoT pode ser usada para transmitir informações sobre o desgaste dos componentes ajudando na manutenção e operação do equipamento. A conexão pode identificar potenciais falhas logo que elas começaram a aparecer. O trabalho preventivo faz com que o reparo seja feito o mais rápido possível.
Monitoramento de cliente
Com a Internet das Coisas é possível descobrir a quantidade de clientes que entra na sua loja. Para isso, é preciso instalar sensores de movimento que contam as pessoas que passaram por uma determinada entrada de loja. Essa alternativa pode ser considerada um grande aliado na boa gestão de varejo e pode oferecer informações úteis para uma boa gestão da empresa.
Logística
Com a conexão dos equipamentos de logística com a Internet das Coisas, as empresas podem aumentar sua eficiência no atendimento ao cliente, além de poder acelerar o tempo de entrega e melhorar o atendimento ao seu cliente.
Fabricação
A Internet das Coisas, como se percebe, pode estar presente em todos os processos da empresa, inclusive na fabricação de produtos. Isso porque, ao monitorar a produção, fica mais fácil detectar falhas. Sendo assim, os reparos também são rápidos.
Indústria
Hoje, fabricar itens personalizados é muito caro. Com a internet das coisas, porém, a tarefa pode se tornar mais simples e barata. A Fundação Centros de Referência de Tecnologias Inovadoras (Certi), de Santa Catarina, tem trabalhado em criar tecnologias que permitam ajustar máquinas pela internet, sem parar a produção industrial.
A tecnologia, que eles chamam de mecanismos de customização industrial em massa, permite que as fábricas possam produzir lotes pequenos, sem que os operadores tenham que ajustar manualmente o maquinário a cada processo.
O sistema permite enviar as configurações das máquinas e começar a produção remotamente, reduzindo o tempo de ajuste em até 30%. Segundo a Certi, quatro clientes já estão usando as tecnologias – a maior parte deles é fabricante de eletrônicos.
A Internet das Coisas também pode ser usada para monitorar máquinas, verificar as configurações e melhorar as escolhas de materiais. Isso porque, com os equipamentos interligados entre si, é possível detectar possíveis falhas de funcionamento com o monitoramento e assim reparar o problema antes mesmo dele aparecer.
Internet das Coisas no Data Center
Uma das aplicações mais óbvias da Internet das Coisas no Data Center é a sua utilidade nos medidores de temperatura e umidade. Tanto os sensores construídos a partir de ‘Arduino’, que é uma plataforma de prototipagem eletrônica de hardware livre e de placa única, como os comercializados pelo mercado já para um fim específico, têm sido amplamente utilizados para controlar a temperatura e umidade de data Centers. Estes sensores são integrados à alguma ferramenta de monitoramento de redes e sistemas e, caso a sua temperatura ultrapasse 24ºC ou 70% de umidade, por exemplo, são gerados alertas para a tomada de ações corretivas. Esses alertas podem indicar, que o ar-condicionado não está funcionando, colocando em risco a integridade dos servidores alocados no Data Center.
Trator conectado à internet
Em parceria com a Usina São Martinho, de Pradópolis (SP), e com apoio do BNDES, o CPqD instalou sensores em máquinas agrícolas, que enviam dados sobre posição e desempenho dos equipamentos via rádio em frequência de 250 MHz para as estações instaladas nas torres da fábrica.
Todos os dados sobre equipamentos como tratores e caminhões são enviados para uma plataforma que pode ser acessada por meio de dispositivos móveis.
Histórico do cliente
Com a Internet das Coisas, é possível fazer um monitoramento sobre as empresas. Assim é possível ter o histórico do cliente e avisá-lo sobre as novidades. Vale lembrar que esse tipo de contato é muito válido para estreitar os laços entre colaborador e cliente.
Monitoramento no uso da energia
Os constantes reajustes no preço da energia elétrica geraram um grande impacto nas empresas, em especial, no setor industrial. Mas, como ter um controle do consumo de energia? Com a Internet das Coisas é possível ter esse controle. Isso porque existe a possibilidade de colocar sensores em todos os equipamentos consumidores de energia, um diferencial para saber o custo energético de todas as tecnologias utilizadas pela empresa. Como se pode perceber a Internet das Coisas pode ser aplicada e/ou adaptada em vários setores da empresa trazendo inúmeros benefícios. Sua aplicação pode ser feita desde residencial até em empresas públicas, como prefeituras, por exemplo. Com a integração entre Internet das Coisas e Gerenciamento de Processos de Negócio (BPM) é possível, por exemplo, automatizar processos de serviços públicos com a colocação de sensores que acionam comandos a partir de problemas como entupimento de bueiros, a queima de lâmpadas em postes de rua, enfim, inúmeras possibilidades.